Friday, November 23, 2007

Espantando o tédio


Sei que existem muitas formas de alegrar e agradar uma criança. Podemos dar aquele brinquedo eletrônico maravilhoso e caríssimo, ir à um show da Disney com aqueles bichos peludos que às vezes assusta mas claro, pode fazer a alegria da criançada sem contar com aquelas lojinhas tentadoras que vendem quinquilharias que logo ficarão jogadas no canto da sala, alugar DVDs para que ela fique ao menos 1 hora quietinha sem atrapalhar nossas leituras de e-mails tão tão importantes... Valorizamos cada coisa, cada situação não?
Andei pensando nisso e como eu reclamo de estarmos sem dinheiro, a fatura do cartão vem sempre tão alto e não percebo em quantas coisas eu gasto impulsivamente e também o quanto o meu tempo é tão importante a ponto de deixar de ficar um tempo somente dedicado à Camila , vale o tempo de ficar apática, fuçando a internet com mais tentações de consumismo e esperando mensagens que podem ser lidas e respondidas depois?
Foi num clique desses que no feriado de 20 de novembro resolví dar um basta e dedicar o dia inteirinho para minha filha que está sempre me chamando para brincar, para ler um livro e eu estou sempre "ocupada" arrumando a casa, lavando a louça, passando roupa, guardando a bagunça...
Desde manhã o programa foi divertido e com certeza ela vai lembrar e eu também, claro, desses momentos tão simples mas tocantes. Preparamos nosso próprio pic nic e o cardápio incluía sanduíches, picles, palmito pupunha de Registro, oniguiris com pitadas de ansiedade de chegar logo lá.
Mas a ída já foi muito gostosa pois ganhamos um panetone no posto onde abastecemos o carro, e ela ainda pôde escolher o panetone de chocolate.
Chegando perto já fui abrindo as janelas para respirar o ar puro da montanha, sentir o calor do sol na pele sem o bloqueio do vidro da janela e ela gritava de alegria!!!
O local por onde os bandeirantes passaram foi comprado por várias pessoas entre elas o escritor Mario de Andrade que doou este patrimônio histórico à humanidade e nós agradecemos muitíssimo. Agora preservado pelo estado e pela prefeitura e é bem cuidado mesmo. E 2 pessoas ainda nos orientam, dão uma lição de história e nos deixam à vontade para fazermos o pic nic.
Ficamos horas debaixo de uma única árvore próxima da lagoa e um cavalo veio se aproximando tímido mas faminto, ele comia a grama acompanhado de um passarinho insistente que queria ficar nas costas dele.
Exceto uma família que visitava o local, éramos só nós duas. Relaxamos , brincamos, pulamos e comemos até dizer chega! Foi quase metade do panetone nessa brincadeira!
Mas o melhor mesmo foi toda essa aproximação, de cumplicidade e a delícia de tê-la nos braços, ouvindo-a contando histórias e cantando músicas inventadas ao longo do passeio, na ída e na volta.
Acho que eu não disse nenuma vez a palavra "não faça isso" neste dia.
Eu é que deveria ouvir uns "não vá para o computador", "não arrume a casa" , de vez em quando é bom abrir os olhos, enquanto é tempo...
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